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quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Magnetismo nas obras de Chico Xavier




Aqueles que conhecem alguma coisa da produção literária mediúnica de Chico Xavier sabem da heterogeneidade de temas que são abordados. Ali encontramos assuntos os mais variados de teor científico, moral, filosófico, histórico. Não é de admirar que o passe e o magnetismo tenham sido também lembrados pelos Espíritos. Vamos encontrar pequenos trechos esparsos aqui e ali nas obras psicografadas por Chico Xavier, mas de forma intensa nas transmitidas pelo Espírito André Luiz. Vamos nos deter, então, na nossa análise a respeito do Magnetismo, nos escritos deste autor espiritual.
São diversas as referências e os exemplos de aplicação magnética citados por André Luiz e que são levadas a efeito pelos Espíritos nas mais diversas circunstâncias. Tanto em benefício como em prejuízo de encarnados e desencarnados, André Luiz relata técnicas diversas utilizadas tanto pelos bons quanto pelos maus Espíritos, pois, como disse Kardec, o fluido é neutro, cabendo ao aplicador dar-lhe o direcionamento necessário de acordo com as suas intenções boas ou más.
As técnicas magnéticas são descritas e postas em ação em ocasiões variadas como no trecho abaixo, do livro Missionários da Luz: Anacleto continuou de pé e aplicou-lhe um passe longitudinal sobre a cabeça, partindo do contato simples e descendo a mão, vagarosamente, até à região do fígado, que o auxiliador tocava com a extremidade dos dedos irradiantes, repetindo-se a operação por alguns minutos. Surpreendido, observei que a nuvem, de escura, se fizera opaca, desfazendo-se, pouco a pouco, sob o influxo vigoroso do magnetizador em missão de auxílio. O fígado voltou à normalidade plena.
Esta e outras tantas citações semelhantes mostram os Espíritos utilizando técnicas de passe diferenciadas para cada situação, dependendo da circunstância, da doença e do doente.
Fiel aos ensinamentos de Allan Kardec que afirmou serem o Magnetismo e o Espiritismo uma só ciência (O Livro dos Espíritos, questão 555), não faltam exemplos na obra de André Luiz mostrando o quanto o Magnetismo é útil e imensamente utilizado pelos Espíritos a fim de suavizar as dificuldades dos semelhantes. Vejamos mais um trecho, ainda do Espírito  André Luiz:
O passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. Vocês sabem que na própria ciência humana de hoje o átomo não é mais o tijolo indivisível da matéria... que, antes dele, encontram-se as linhas de força, aglutinando os princípios subatômicos, e que, antes desses princípios, surge a vida mental determinante...  Tudo é espírito no santuário da Natureza. Renovemos o pensamento e tudo se modificará conosco. Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe,  como reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o respeito e a confiança que o valorizam. -  Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17.
 Aqui o Espírito analisa a influência da energia magnética doada através dos mecanismos do passe. A sua ação nas células depende em grande parte da atitude mental do recebedor para que a energia vital suplementar consiga, sob o controle da sua mente, atuar de forma restauradora no organismo doente.
Técnicas de passe, benefícios do passe, condições necessárias ao magnetizador, esforço a ser despendido pelo paciente, formas de atuação do magnetismo no organismo são alguns dos tópicos que foram tratados através da mediunidade de Chico Xavier. Reconhecendo a importância do Magnetismo dentro do Espiritismo, e reconhecendo o potencial mediúnico fidedigno de Chico, a Espiritualidade Maior não poupou esforços em trazer a todos, os esclarecimentos complementares à obra da Codificação, dentre eles, o uso do Magnetismo.
No livro Mecanismos da Mediunidade são analisados mais alguns aspectos relativos ao passe e ao Magnetismo. No primeiro momento o autor fala, mesmo que indiretamente, a respeito da relação fluídica que deve se estabelecer entre magnetizador e paciente, apoiados por elos de confiança, a fim de que os resultados não se façam esperar.
Estabelecido o clima de confiança, qual acontece entre o doente e o médico preferido, cria-se a ligação sutil entre o necessitado e o socorrista e, por semelhante elo de forças, ainda imponderáveis no mundo, verte o auxílio da Esfera Superior, na medida dos créditos de um e outro.
Vê-se, no prosseguimento, que o auxílio espiritual  não comparece apenas baseado no mérito de quem recebe o passe, mas também através do esforço e demais requisitos apresentados pelo passista, no seu desejo de curar. O magnetizador vai emitir as suas energias, mas a sua assimilação vai ser facilitada pelo clima mental oferecido pelo doente, como podemos analisar no próximo trecho.
Ao toque da energia emanante do passe, com a supervisão dos benfeitores desencarnados, o próprio enfermo, na pauta da confiança e do merecimento de que dá testemunho, emite ondas mentais características, assimilando os recursos vitais que recebe, retendo-os na própria constituição fisiopsicossomática, através das várias funções do sangue.
Explicando o mecanismo do passe, informa o autor que as energias magnéticas se distribuem no organismo, seja físico ou perispiritual, através da corrente sanguínea que, percorrendo todos os recantos necessários, através das veias e artérias, carrega no sangue os componentes fluídicos suficientes à recomposição celular. Chegando estas energias às células e estas absorvendo o recurso energético, têm as suas funções reequilibradas, restaurando a harmonia do organismo, como podemos ler em seguida.
O socorro, quase sempre hesitante a princípio, corporifica-se à medida que o doente lhe confere atenção, porque, centralizando as próprias radiações sobre as províncias celulares de que se serve, lhes regula os movimentos e lhes corrige a atividade, mantendo-lhes as manifestações dentro de normas desejáveis, e, estabelecida a recomposição, volve a harmonia orgânica possível, assegurando à mente o necessário governo do veículo em que se amolda.
 Em seguida, o autor espiritual explica a importância do envolvimento do doente no processo da cura. A confiança, a vontade de melhorar e o esforço para atingir um maior equilíbrio da mente, dá a si mesmo uma maior capacidade assimilativa dos recursos curativos que se direcionarão às células atingindo a cura da doença.
 VONTADE DO PACIENTE — O processo de socorro pelo passe é tanto mais eficiente quanto mais intensa se faça a adesão daquele que lhe recolhe os benefícios, de vez que a vontade do paciente, erguida ao limite máximo de aceitação, determina sobre si mesmo mais elevados potenciais de cura.
Nesse estado de ambientação, ao influxo dos passes recebidos, as oscilações mentais do enfermo se condensam, mecanicamente, na direção do trabalho restaurativo, passando a sugeri-lo às entidades celulares do veículo em que se expressam, e os milhões de corpúsculos do organismo fisiopsicossomático tendem a obedecer, instintivamente, às ordens recebidas, sintonizando-se com os propósitos do comando espiritual que os agrega.
Muito poderemos aprender a respeito do Magnetismo através dos escritos deste Espírito que compreendeu a importância deste tema dentro do Espiritismo. Porém, não teria tomado ao seu encargo tamanha tarefa, se não encontrasse no aparelho mediúnico, Chico Xavier, o instrumento dócil e fiel na transmissão do conteúdo espiritual que transitava pelo seu cérebro. Cônscio da sua responsabilidade de intermediário das mensagens provenientes das mentes incorpóreas, soube, durante toda a sua missão, apagar-se e “limpar” os canais mediúnicos através de uma moral ainda rara sobre a Terra, a fim de que a sua mediunidade a retransmitisse límpida e pura.
                                                                                                                 Adilson Mota

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